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Município trabalha na criação de plano de ação para enfrentar longa fila para tratamento mental

Município trabalha na criação de plano de ação para enfrentar longa fila para tratamento mental

Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ajuizou, no ano passado, uma Ação Civil Pública (ACP) contra o município pela deficiência da Rede de Atenção Psicossocial para atendimento à população

Videira – Uma fila de mais de 1600 pessoas aguardando para receber atendimento psicológico e psiquiátrico se tornou um dos maiores gargalos da Secretaria de Saúde de Videira. Há pessoas aguardando atendimento desde março de 2022. A situação levou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em novembro do ano passado, a ajuizar uma Ação Civil Pública (ACP) contra o município pela deficiência da Rede de Atenção Psicossocial para atendimento à população. Assim que a Procuradoria Jurídica informou ao prefeito Wilmar Carelli sobre a Ação, ele determinou a instituição de uma comissão para levantar a situação e criar um Plano de Ação para apresentar ao MP.

Na semana passada, a comissão realizou a segunda reunião para alinhar o documento que será entregue ao promotor Willian Valer. Por parte do Município, participaram 20 pessoas entre médicos, psicólogos, assistentes sociais e uma série de profissionais que atuam no atendimento de Saúde Mental, além de uma equipe da Secretaria de Assistência Social e da Secretaria de Educação. Representantes da Associação dos Autistas (AMA) e do Hospital Divino Salvador, complementam a comissão.

Entre os itens que devem ser atendidos pelo Município estão a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial, a ampliação do número de servidores nas equipes multiprofissionais da Atenção Primária e a contratação de psicólogos, psiquiatras e agentes comunitários, entre outros, para atender o Programa de Saúde Mental.

No embasamento da ACP, a promotoria relata a desorganização e a inércia da gestão anterior frente ao problema e o fato do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, desde 2021, em diversas ocasiões, ter determinado a implantação de mais equipamentos de saúde mental, o que nunca foi cumprido. O MP ainda mostrou preocupação sobre a série histórica de notificações de suicídios no município, nos últimos anos, o que garante ser um sintoma da deficiência da Rede de Atenção Psicossocial Municipal.

No próximo dia 11 de fevereiro a comissão volta a se reunir para a estruturação do plano de ação, que deverá ter uma previa apresentada ao MP, em audiência marcada para o dia 19 de fevereiro.